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A Iconografia é uma ciência cuja origem remonta ao início do século XX e que, fazendo uso de metodologias específicas, procura estudar os conteúdos semânticos que se encontram na obra de arte.  Esta ciência constitui a base de uma outra, a Iconologia que, complementando a Iconografia, tem por objectivo compreender e justificar a existência de uma obra de arte numa determinada época e local, de modo a conhecer de forma mais profunda o sentido último da obra e a mensagem que o artista procurou transmitir.

Com efeito, nas palavras de Abraham Moritz Warburg (1866-1929), historiador de arte alemão, mais conhecido por Aby Warburg, o fenómeno artístico não pode ser entendido de forma isolada, mas sim como um reflexo da cultura e da mentalidade de uma época que deixava a sua marca nas obras de arte que produzia. Assim, o objecto artístico revelava muitas coisas da psicologia humana. À luz desta mentalidade, vai ganhando consistência uma nova metodologia de investigação que consistia num processo convergente, unificador e interdisciplinar que deveria envolver num único corpo orgânico Arte, Literatura, Filosofia, História, Religião, Música, Matemática e Geometria, Mitologia, Simbologia … de forma a ser possível a compreensão integral da obra de arte.

Todavia, será Erwin Panofsky (1892-1968), um dos seguidores de Warburg, o responsável por sistematizar o Método Iconográfico e Iconológico que permitirão, não apenas realizar a classificação, identificação, descrição, análise e interpretação do significado correto das imagens, mas também, tentar descobrir o significado último da obra de arte (filosófico, histórico, religioso, social …) a fim de explicar a sua razão de ser no contexto da cultura, da civilização e da época em que foi criada.

Em síntese, poderemos dizer que a Iconografia e Iconologia são duas ciências complementares que permitem, de uma forma rigorosa, classificar, descrever, analisar e interpretar a obra de arte e justificar a sua existência numa determinada época e num determinado contexto histórico-social.

Como se depreenderá facilmente, a aplicação dos Métodos Iconográfico e Iconológico permite aos historiadores de arte e a todos os interessados em saber ler e compreender as imagens, uma maior possibilidade de captar a mensagem subjacente e aproximar-se, assim, do pensamento original do artista e da sua época.